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domingo, 24 de abril de 2011

ANTROPÓLOGO PAULO ISAAC RECEBE NOME INDÍGENA BORORO
Foto: Alexandra Pimentel

Júre Edúgo (pintas do sucuri) e Kudóro Kavóru (arara azul) foram os nomes que o professor da UFMT, antropólogo Paulo Isaac recebeu durante o cerimonial do IPÁRE (ritual de nomeação Bóe-Bororo) realizado nos dias 18 e 19 de abril de 2011.
Júre Edúgo foi o nome dado pelo padrinho Raimundo Itogoga.
Foto: Alexandra Pimentel

Kudóro Kavóru foi o nome dado pela mãe cerimonial Nadir Íka, matriarca que acolheu seu novo filho no clã Kíe, da metade clânica Ecerae.
Foto: Alexandra Pimentel

O Ipáre, que os "brancos" chamam de "batismo", é um evento que possui vários rituais. Começa com a coleta do urucum e das resinas de árvores que comporão o material de pintura dos corpos, a caça dos pássaros que fornecerão as plumas para os enfeites do nomeado e o trabalho de preparação da nomeação. As mulheres preparam as pinturas e os adornos corporais.
Foto: Alexandra Pimentel

Os padrinhos preparam os adornos plumários de seus afilhados, como Raimundo Itagoga na foto abaixo.
Foto: Alexandra Pimentel

As mulheres preparam a pessoa que receberá o nome Bororo.
Foto: Alexandra Pimentel

A preparação de Paulo Isaac e das duas crianças que receberam nomes Bororo ocorreu na tarde do dia 18 de abril de 2011. Como de costume no dia anterior à nomeação, mas já como parte da cerimônia. Quando as pessoas estão preparadas, no momento em que o sol está se pondo no horizonte, os membros do clã levam-nos para a frente da casa e depois dão uma volta no pátio da aldeia e se colocam à frente do baito (casa grande). É a apresentação que o clã faz de seus novos membros à Comunidade Indígena Bororo.
Foto: Alexandra Pimentel
Foto: Alexandra Pimentel
Foto: Alexandra Pimentel
Foto: Alexandra Pimentel

Depois da apresentação dos novos Bóe que serão nomeados, à noite tem bakororo no baito. Quer dizer, a Comunidade se reune na Casa Central da Aldeia (baito)para cantar a noite toda a alegria da acolhida aos novos nomeados.
Foto: Alexandra Pimentel

A nomeação própriamente dita só é feita no raiar do sol do dia seguinte. Depois de uma tarde de cerimônia de preparação e apresentação dos nomeandos e de uma noite de bakororo, finalmente, na aurora do dia, começa o ritual de nomeação. Os nomeandos ficam de frente para o Oeste.

O padrinho fica de frente para o Leste e para os nomeandos. Com um lindo pariko (cocar) na cabeça, tocando a íka (flauta) ele dança em direção ao seu afilhado.
Para em frente ao aflilhado, pega-o do colo da mãe, e o levanta, dando-lhe o nome.
Foto: Alexandra Pimentel

No caso de nomeação de um adulto, como foi o caso do antropólogo Dr. Paulo Isaac, o padrinho posicionou-se na frente do nomeando e soprou-lhe o rosto, como também faz o padrinho quando levanta a criança.

Em seguida, ele canta e fala o novo nome do Bóe. Raimundo Itogoga deu dois nomes. Um dado por ele e outro da mãe cerimonial: respectivamente, Júre Edúgo (pintas do sucuri) e Kudóro Kavóru (arara azul). Depois da nomeação, o padrinho coloca-se atrás do seu afilhado.
Foto: Alexandra Pimentel

Posteriormente, termina a cerimônia e a Comunidade se confraterniza.
Foto: Alexandra Pimentel

No dia 19, a Comunidade realizou uma partilha de alimentos tradicionais Bororo, evento que encerrou a festa do Ipáre.