UFMT: O RETORNO
©Paulo Isaac
A greve dos professores da UFMT teve seu início no dia 23 de agosto.
O acordo entre o ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior e o MEC – Ministério da Educação, fechado no dia 04 de setembro, não encerrou a greve no Campus de Rondonópolis porque, além da pauta nacional de reivindicações, havia uma pauta local.
A ADUFMAT – Associação dos Docentes da UFMT/Campus de Rondonópolis apresentou à Reitoria as suas reivindicações, dentre elas: autonomia administrativa e financeira do Campus; concurso para docentes e servidores técnicos administrativos; aparelhamento de laboratórios; construção de salas de trabalho para os professores e de aulas para os estudantes; criação de creche para os filhos de estudantes, professores e servidores técnicos administrativos; compra de uma fazenda experimental para os cursos voltados à produção agrícola e animal e articulação com a Prefeitura Municipal de Rondonópolis para o funcionamento do Centro de Agricultura Familiar.
A Reitora Profa. Dra. Maria Lúcia Cavali Neder esteve em Rondonópolis e reuniu-se com a Comissão de Greve da ADUFMAT, formada para conversar com ela. Segundo os integrantes da referida Comissão, a conversa não foi amistosa. A Reitora foi ríspida com os docentes, não respondeu todos os problemas colocados e mais falou do que ouviu. Por outro lado, ela aceitou negociar a independência administrativa e financeira do Campus, comprometeu-se a apoiar nossa luta pela criação da UFR e comprometeu-se a dar os encaminhamentos necessários aos pontos da pauta que lhes foram apresentados.
Considerando que houve abertura de negociações e a indicação de uma agenda de trabalho para solução dos problemas, não havia mais motivos para a continuidade da greve. Assim, os professores e estudantes retornam às suas atividades no dia 19 de setembro. No entanto, os docentes decidiram manter-se em “estado de greve”, ou seja, caso os problemas não sejam resolvidos os docente voltam a paralisar suas atividades.
Baseados na pauta de reivindicação, a assembléia dos professores criou cinco grupos de trabalho: 1) GT de Autonomia Financeira – está fazendo o levantamento dos dados e dos critérios para o cálculo do valor a ser repassado para o Campus; 2) GT Gestão/Administração – está verificando quais são os processos encaminhados pelo Campus para a Sede e que não foram atendidos até o presente momento; 3) GT Questões Acadêmicas – está identificando os problemas que afetam o ensino, a pesquisa e a extensão para uma sistematização e apresentação à Reitora de forma detalhada; 4) GT Trabalhista – consultou ao departamento jurídico da ADUFMAT sobre problemas relacionados ao excesso de encargos dos docentes que ultrapassam as 40h/semanais regulamentadas em lei e aos profissionais que ocupam cargos e funções gratificadas, mas não recebem nada por isso, entre outras irregularidades trabalhistas; 5) GT Políticas Públicas – está organizando a campanha em favor da criação da Universidade Federal de Rondonópolis, atualiza o Projeto a ser entregue ao MEC e faz a interlocução com os políticos, os meios de comunicação e a sociedade da região sul de Mato Grosso.
Nas semanas entre os dias 12 e 16 de setembro, os membros das Comissões se reuniram para dar andamento aos trabalhos.
Quanto ao movimento que durou mês, não há dúvidas de que houve um avanço no campo trabalhista e nas possibilidades do Campus de Rondonópolis se firmar rumo à sua autonomia.
Não alcançamos tudo o que desejávamos, mas, na atual conjuntura sabemos que alcançamos o máximo que as nossas forças permitiram.
Por isso, a luta continua, companheiros.
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