HISTORIADORA DRª MARIA ELSA MARKUS FALA SOBRE A GREVE DOS DOCENTES DA UFMT E O RETORNO ÀS AULAS
Drª Maria Elsa e seu filho Sanji Aluísio
Concordo com você, com sua avaliação. Tivemos ganhos sim, com a greve recém chegada ao fim, ainda que eles tenham ficado aquém das nossas expecativas, como você bem disse. Nesse sentido, não sinto vergonha (como querem alguns) por termos voltado, mas me sinto envergonhada sim, pela pequena(ou nenhuma?) consciência política demonstrada pela maioria ausente da nossa categoria. Se na Educação Superior revelamos esse descompromisso; essa falta de consciência sobre a importância de uma participação ativa e da permanente necessidade de nossas lutas, o que esperar das demais categorias de trabalhadores?
Quero realçar os grupos de trabalho mencionados por você, que foram constituídos na finalização do movimento grevista. Primeiro, porque eles demonstram que a luta continua, só que por meio de outros meios, o que é preciso que todos da categoria tenham claro. Também, pela importância que tais grupos têm, posto que instituem uma marca educativa e pedagógica na luta, o que, parece-me, ser um elemento novo entre nós, em nossas lutas sindicais. Tais grupos, eu os entendo como educativos e pedagógicos, por se tratarem de instâncias que tornam possível conhecer e entender melhor a instituição em que labutamos no ensino, pesquisa e extensão;oportuniza-nos ter claro que a categoria não é homogênea em suas expectativas, interesses e compromissos, e se encontra em momentos distintos na sua relação institucional, o que coloca, por outro lado, que é preciso não perdermos de vista que existem professores que estão a muito tempo na UFMT; outros, a um tempo menor e alguns são recém chegados.
Portanto,conhecê-la a partir das políticas, das ações que lhe são constitutivas (ou então, da ausência destas), avalio eu, permite um aprendizado em que aqueles que se envolvem deixam de pensá-la como um ente abstrato, externo a nós, mas que nós somos a instituição! Assim sendo, essa fase de luta em que nos encontramos, atuando em diversos grupos de trabalho, permitirá, além de arrolarmos demandas não atendidas pelos gestores - Reitorado - e destes cobrar maior celeridade no cumprimento de suas obrigações institucionais, também pensar sobre a responsabilidade que todos temos, individual e coletivamente: professores; coordenadores de ensino de graduação;chefes de departamentos; diretores de institutos; pró-reitoria; técnicos; supervisores, estudantes etc. - em se tratando do Campus local, no sentido de tornar a Universidade Federal de Mato Grosso mais competente, com maior agilidade e com melhor qualidade nos serviços que presta aos seus demandantes. Aliás, aprendizado útil e necessário para nós, que lutamos pela criação da Universidade Federal de Rondonópolis!
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